Todos os anos é organizado um ciclo de conferências para que algumas das personalidades ditas mais influentes tenham (mais) uma oportunidade de dizerem alguma coisa ao mundo - as conferências TED (technology, entertainment, design). A coisa é muito elitista, mas este ano resolveram democratizá-la um pouco mais e disponibilizaram os videos gravados a partir de 2005. Não será difícil encontrar temas que intersectem os interesses de qualquer um. Desde Al Gore e a sua versão do apocalipse, passando por Bono Vox com o seu peditório nobeliano, Richard Dawkins pelejando contra o criacionismo ou Aubrey de Grey que apresenta o seu antídoto para a morte, acreditem: há de tudo. E vale a pena. Os videos podem ser vistos online ou guardados para mais tarde recordar.
De entre tudo isso, a minha escolha foi para o video de um tipo chamado Rives que foi declamar um poema intitulado "If I controlled the Internet" (tr. Se eu controlasse a Internet). Como não encontrei a transcrição em mais lado nenhum, a versão que encontrarão mais abaixo é da minha responsabilidade, e está sujeita a erros. Para os que preferirem em Português, saibam que vendi a minha alma ao diabo e fiz uma tradução. Deverá ser fácil perceber que há termos que, das duas uma:
1- ou são intraduzíveis;
2- ou eu não sei como os traduzir.
Não querendo influenciar ninguém, a opcção correcta é a primeira. A segunda é só para distrair. Ai de quem disser o contário.
Aqui está o link. Abaixo as transcrições.
If I controlled the Internet
If I controlled the Internet
You could auction your broken heart on eBay,
Take the money, go to Amazon,
Buy a phone book for a country you’ve never been to,
Call folks at random until you find someone who flirts really well in a foreign language.
If I were in charge of the Internet
You could map quest your lover’s mood swings:
Hang left at Cranky, right at Preoccupied, U-turn on silent treatment all the way back to tongue kissing and Good Lovin’.
You could navigate and understand every emotional intersection.
Some days, I am as shallow as a baking pan,
But I still stretch miles in all directions.
If I owned the Internet
Napster, Monster and Friendster.com would be one big website
That way you could listen to cool music while you pretend to look for a job when you’re really just chatting with your pals.
Heck!.. If I ran the web
You could email dead people,
But they would not email you back.
But you’d get an automated reply.
Their name in your inbox.
It’s all you wanted anyway..
And a message saying: “Hey! It’s me. I missed you.
Listen, you’ll see, being dead is dandy.
Now you go back to raising kids and waging peace
and craving candy.”
If I designed the Internet
Chilhood.com would be a loop of a boy in an orchard
With a sky-pole for a sword and a trashcan lid for a shield, shouting:
“I am the Emperor of Oranges! I am the Emperor of Oranges! I am the Emperor of Oranges!”
Now follow me, ok?
Grandma.com would be a recipe for biscuits and spit bath instructions “One, two, three” that links with Hotdiggitydog.com, that is my grandfather, they take you to gruff-ex-cop-on-his-fourth-marriage.daddy forms an attachment to kinda-ditsy-but-still-sends-ginger-shnaps-for-Christmas.mom who downloads the boy in the orchard, the Emperor of oranges who grows up to be:
me - the guy who usually goes too far.
So, if I were the Emperor of Internet
I guess I’d still be mortal, huh?
But at that point I would probably already have the lowest possible mortgage
and the most enlarged possible penis,
so, I would outlaw spam on my first day in office,
I wouldn’t need it!
I’d be like some kind of Internet genius, and me
I’d like the upgrade to deity, and maybe, just like that *pop*
I’d go wireless…
Maybe Google would hire this.
I could zip through your servers and firewalls like a virus
Until the World Wide Web is as wise and wild and as organized as I think a modern day miracle/oracle can get
But ooh-wee, you wanna bet, just how whack and un-PC your macka PC is gonna be when I’m rocking hotshithotshotgod.net.
I guess it’s just like life:
It is not a question of “If you can”
it’s “Do ya?”.
We can interfere with the interface
We can make “You’ve got Hallelujah!”
The national anthem of cyberspace
Every luck time we log on.
You don’t say a prayer,
You don’t write a song,
You don’t chant a “Om”.
You send one blessed email, to:
Whoeveryou’rethinkingof@ ta-ra-la-ra-ta-ta-ta-ta-da-ra-la-ta-da-ra-la-ra-la-ra-ta.com
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Se eu controlasse a Internet
Se eu controlasse a Internet
Poderiam leiloar o vosso coração partido no Ebay,
Pegar no dinheiro, ir à Amazon,
Comprar a lista telefónica de um país qualquer onde nunca foram,
E ligar aleatoriamente até encontrar alguém que fosse realmente bom a namorar numa língua estrangeira.
Se eu estivesse encarregado da Internet
Seria possível mapear as mudanças de amor do nosso amante:
Virar à esquerda em Rabugento, à direita em Preocupado, inversão de marcha no Tratamento Silencioso e de volta aos Beijos e à Paixão.
Seria possível navegar e compreender todos os cruzamentos emocionais.
Às vezes, sou tão superficial como uma frigideira,
Mas ainda me espalho por milhas em todas as direcções.
Se eu fosse dono da Internet
O Napster, Monster e Frindster.com seriam todos um grande website.
Assim seria possível ouvir música boa enquanto fazíamos de conta que estavamos à procura de trabalho quando só estavamos era a conversar com o pessoal.
Se eu gerísse a net
Seria possível enviar emails a pessoas mortas,
Mas eles não enviariam nenhum email de resposta.
Mas receberíamos uma mensagem gerada automaticamente.
O nome deles na vossa inbox.
É só isso que se quer..
E uma mensagem a dizer “Olá! Sou eu. Tive saudades tuas.
Ouve, vais ver, estar morto é engraçado.
Agora vai lá educar os putos e fazer campanha pela paz
e aguar por rebuçados.”
Se eu desenhasse a internet
Infância.com seria um arco, de um rapaz num pomar
Com um pau a servir de espada e uma lata do lixo a servir de escudo, berrando:
“Eu sou o Imperador das Laranjas! Eu sou o Imperador das Laranjas! Eu sou o Imperador das Laranjas!”
Agora, acompanhem-me:
Avó.com seria uma receita para bolos e instrucções de lavagem com cuspe “Um, dois, três” e isso ligava-se a Quente-como-o-caraças.com, esse seria o meu avô, que levaria a ex-polícia-resingão-no-seu-quarto-casamento.pai que geraria um anexo para meia-tola-mas-ainda-oferece -ginginha-no-natal.mãe que faria o download do rapaz no pomar, o Imperador das Laranjas que cresceu para se tornar em:
mim – o tipo que geralmente leva as coisas longe demais.
Portanto, se eu fosse Imperador da Internet
Acho que ainda assim seria mortal, não?
Mas nessa altura já teria o empréstimo da casa mais reduzido possível e o pénis mais aumentado possível, por isso,
tornaria ilegal o spam logo no primeiro dia de trabalho.
Já não precisaria dele para nada!
Seria um daqueles génios da internet,
À espera de uma actualização para divindade, e talvez, com um estalar de dedos *pop*,
Ficava todo wireless...
Talvez a Google me contractasse.
Poderia atravessar pelos servidoesr e firewalls dentro como um vírus
Até a rede global ser tão sábia e louca e organizada como eu acho que um milagre/oráculo moderno pode ser.
Mas meu, queres apostar como vai ser rasca e não-PC o teu mega PC vai ser quando eu bombar
grandes-cenas-grandes-malhas-meu-deus.net?
Acho que é como a vida:
Não é uma questão de “Se podes”,
É “Vais?”
Podemos interferir com a interface.
Podemos fazer de “Você tem Aleluia!”
O hino nacional do ciberespaço
De todas as vezes sortudas que nos ligarmos.
Não se rezam orações,
Não se escrevem canções,
Não se canta “Om”.
Envia-se um abençoado email, para:
Quemque quesejaqueestejamapensar@ta-ra-la-ra-ta-ta-ta-ta-da-ra-la-ta-da-ra-la-ra-la-ra-ta.com